No contexto dos devastadores incêndios florestais que assolam Portugal, a salvaguarda de animais surge como uma prioridade para as equipas de combate e para os cidadãos. As operações de socorro destacam a defesa de animais, a par de pessoas e bens, enquanto atos individuais de coragem demonstram a profunda ligação entre os habitantes e os seus animais, incluindo cães, em momentos de crise. As reportagens sobre os incêndios em Portalegre, Castelo de Vide e na Serra da Lousã sublinham repetidamente que “os esforços dos operacionais centravam-se na defesa de habitações, pessoas e animais”, evidenciando que a proteção da vida animal é uma componente integral e oficial da estratégia de combate. Esta diretriz reflete o reconhecimento da importância dos animais, sejam de companhia, de criação ou selvagens, no tecido social e ecológico das comunidades rurais afetadas. Para além da atuação das forças de socorro, a resiliência e a dedicação dos próprios residentes para com os seus animais em cenários de perigo extremo são notáveis. Um exemplo paradigmático é o de Valter Martins, único habitante das aldeias de Silveira de Cima e de Baixo, na Serra da Lousã.
Perante a aproximação das chamas, tomou medidas para salvar os seus animais, movendo os seus porcos e “alguns cães” para um local seguro em Serpins.
A sua preocupação estendeu-se aos sete veados que cuida, animais que perderam os pais e que vivem em liberdade na sua propriedade.
Numa tentativa desesperada de os salvar, Martins tentou enxotá-los para uma zona mais segura: “fiz tudo o que foi possível para os enxotar, até pedras mandei, para fugirem [do fogo] para cima, para a zona das eólicas”.
A sua ligação a estes animais é tal que levou consigo o mais novo na sua carrinha, descrevendo a situação como “uma aventura”.
Este tipo de ações ilustra o profundo vínculo entre as populações rurais e os seus animais, que são considerados parte da família e cuja proteção é uma prioridade pessoal, mesmo com risco para a própria vida.
Em resumoA proteção animal é um pilar central na resposta aos incêndios em Portugal, tanto para as equipas de emergência como para os residentes. Relatos indicam que a defesa dos animais é uma prioridade oficial, enquanto exemplos como o de Valter Martins, que salvou os seus cães, porcos e veados na Serra da Lousã, demonstram o forte empenho individual em proteger a vida animal em situações de catástrofe.