No meio do caos e da destruição, surgiram relatos comoventes de salvamentos que mobilizaram a atenção pública. Em Oliveira do Hospital, a história de Pedro Figueiredo, que perdeu a sua casa mas conseguiu salvar os seus 15 cães, tornou-se um símbolo de resiliência. Um dos seus animais, uma cadela, protegeu as suas crias ao refugiar-se numa mina, um ato de instinto maternal que comoveu o país. A solidariedade manifestou-se rapidamente, com a organização Intervenção e Resgate Animal (IRA) a lançar uma campanha de angariação de fundos para lhe proporcionar uma nova habitação. A atuação de grupos de voluntários tem sido crucial.

A Associação Portuguesa de Busca e Salvamento resgatou dois cães cercados pelas chamas na Guarda, um dos quais com queimaduras e ferimentos nas patas.

As equipas da IRA enfrentaram perigos imensos, chegando a ficar cercadas pelo fogo durante operações de resgate em Sabugal.

Estes episódios demonstram o risco calculado que os voluntários assumem, não apenas para salvar vidas humanas, mas também para proteger os animais, considerados por muitos como membros da família.

A mobilização de cidadãos e organizações especializadas reflete uma mudança cultural significativa, onde a vida animal é valorizada e defendida mesmo nas circunstâncias mais adversas, sublinhando a profunda ligação entre os portugueses e os seus animais de companhia.