A investigação, realizada no Reino Unido com 382 adultos e 216 crianças, revelou uma realidade complexa.
Embora muitos pais e filhos tenham reportado sentimentos de alegria, conforto e felicidade proporcionados pelo cão, mais de um terço dos cuidadores principais — dos quais 95% eram mulheres — considerou que ter um cão era mais desafiador do que o esperado, sentindo-se sobrecarregadas com a responsabilidade.
A negociação das tarefas de cuidado do animal dentro da família emergiu como uma fonte comum de tensão. O estudo identificou ainda uma preocupação de segurança significativa: quase todas as crianças interagiam com os seus cães de formas que poderiam aumentar o risco de mordidelas, como abraçá-los em momentos de tristeza ou tédio, comportamentos que alguns cães podem considerar stressantes. Os investigadores, liderados por Rowena Packer, do Royal Veterinary College, concluem que a decisão de adquirir um cão deve ser ponderada, envolvendo uma discussão prévia sobre as responsabilidades e a frequência de aulas de treino que incluam segurança infantil. A análise oferece uma perspetiva mais realista sobre a posse de animais, alertando para o “trabalho oculto” frequentemente assumido pelas mães e para a necessidade de educação sobre interações seguras para proteger tanto as crianças como os animais.