A situação está a causar alarme entre os produtores locais, que descrevem os incidentes como uma "calamidade" e exigem a intervenção do Governo.

De acordo com dados do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), os 22 incidentes reportados nos concelhos de Vimioso, Miranda do Douro e Mogadouro afetaram um total de 113 animais, dos quais 107 eram ovinos.

O ICNF assegura que "todos os prejuízos causados por lobos são compensados sempre que se confirme, através de perícia, que o dano é efetivamente atribuível à espécie". Apesar do recente aumento de ataques e do alarme entre os pastores, o ICNF observa que estes incidentes não são um fenómeno novo e registaram uma "redução significativa nas últimas duas décadas", quando se contabilizavam mais de 300 perdas anuais na mesma área. A diminuição é atribuída a fatores como a redução do efetivo ovino, a menor presença regular de lobos e o reforço de medidas de proteção, como o uso de cães de proteção de gado. Em resposta ao conflito, o ICNF destaca o "Programa Alcateia", dotado de 3,3 milhões de euros, que visa reduzir a predação e inclui a melhoria do sistema de indemnizações.

Contudo, um grupo de pastores da região manifestou a sua frustração, classificando a situação como uma "calamidade" e afirmando que não podem continuar a criar animais nestas condições.

Apelaram aos Ministérios da Agricultura e do Ambiente por ajuda, alertando para a possibilidade de protestos.

O ICNF reitera que o lobo-ibérico possui o estatuto de espécie em perigo e protegida em Portugal.