Iniciativas como um novo serviço de apoio psicológico online e o debate sobre alterações à legislação laboral refletem uma mudança na forma como a sociedade encara o luto por animais.

A crescente validação do vínculo emocional entre humanos e animais de estimação está a impulsionar novas abordagens sociais e profissionais.

Um exemplo é o projeto online “Liberdade para Sentir”, criado pela psicóloga Teresa Cabano, que visa acolher o que descreve como um “luto não reconhecido”. Este serviço oferece um espaço de apoio para donos que enfrentam a dor da perda, uma experiência muitas vezes minimizada por quem não partilha uma ligação semelhante com animais. Em paralelo, a crónica de Ana Carolina Silva levanta a questão da necessidade de alterações laborais que contemplem o luto pela morte de um animal de companhia, argumentando que estes são, para muitas pessoas, parte integrante da família.

Estas duas frentes — uma no campo da saúde mental e outra no debate sobre direitos laborais — sinalizam uma mudança cultural significativa.

A sociedade começa a reconhecer que a dor sentida não é inferior ou menos legítima, mas sim uma manifestação natural de um vínculo afetivo profundo.

Este movimento sugere uma evolução na definição de família e na legitimação de novas formas de sofrimento, pressionando as estruturas sociais e legais a adaptarem-se a esta realidade.