A tecnologia, denominada Memory Integrity Enforcement (MIE), funciona ao nível do hardware e é descrita pela própria empresa como “a atualização mais significativa na segurança da memória na história dos sistemas operativos de consumo”.
O MIE foi concebido para proteger a integridade da memória do dispositivo, uma área frequentemente explorada por ataques “zero-click”, que não requerem qualquer interação do utilizador para infetar um aparelho. Ao implementar esta defesa diretamente no processador, a Apple torna significativamente mais difícil a execução de código malicioso que tente corromper ou manipular a memória do sistema para obter controlo sobre o dispositivo.
Esta medida surge como uma resposta direta às campanhas de spyware que têm visado iPhones de jornalistas, ativistas e figuras políticas em todo o mundo. A seriedade da ameaça foi recentemente corroborada pelo governo francês, que confirmou a existência de uma campanha de ataques direcionada a dispositivos Apple, levando a empresa a enviar uma nova vaga de notificações de alerta a utilizadores potencialmente afetados. A introdução do MIE representa, assim, uma mudança estratégica, movendo a defesa de uma camada de software para uma proteção integrada no hardware, o que oferece uma barreira mais resiliente contra as ferramentas de vigilância mais avançadas.














