A Apple, por sua vez, emitiu um comunicado afirmando que a decisão se baseou em “informações que recebemos das autoridades sobre os riscos de segurança” e que é consistente com a remoção de aplicações similares no passado. O incidente ganhou maior dimensão com a intervenção de Wiley Hodges, um antigo executivo que trabalhou mais de 22 anos na Apple.

Numa mensagem pública dirigida ao CEO Tim Cook, Hodges expressou a sua profunda perturbação com a cedência da empresa à pressão da administração Trump, questionando a imagem da Apple como defensora dos seus utilizadores.

“Costumava acreditar que a Apple era inequivocamente ‘a boazinha’.

(...) Agora, sinto que tenho de questionar isso”, escreveu, manifestando preocupação de que esta ação crie um precedente perigoso para a censura de outros conteúdos, como podcasts, que possam divergir das visões do governo. Este caso coloca a Apple numa posição delicada, equilibrando as suas políticas de segurança, a liberdade de expressão na sua plataforma e as exigências de regimes políticos, levantando dúvidas sobre a sua capacidade de resistir a futuras pressões autoritárias.