Um dos desafios técnicos que a Apple estaria a resolver é o reforço da dobradiça para assegurar que o ecrã se mantém estável durante a interação tátil. A concretizar-se, esta seria a primeira vez que um portátil da Apple integraria esta funcionalidade, aproximando a experiência de utilização do macOS à do iPadOS. A introdução de um ecrã tátil num MacBook Pro, que nessa altura poderá vir equipado com o futuro chip M6, representaria uma adaptação às tendências do mercado e uma resposta à crescente convergência entre os universos dos portáteis e dos tablets, onde a fronteira entre os dois se torna cada vez mais ténue.
Rumores Apontam para Lançamento de MacBook Pro com Ecrã Tátil em 2026
A Apple poderá estar a preparar uma mudança histórica na sua linha de portáteis, com rumores a indicarem o lançamento de um MacBook Pro com ecrã tátil e tecnologia OLED em 2026. Esta potencial revolução quebra uma filosofia de longa data da empresa e poderá esbater ainda mais as fronteiras entre o MacBook e o iPad. As especulações sobre um MacBook com ecrã tátil, antes consideradas improváveis devido à firme oposição de Steve Jobs a esta ideia, ganharam força com informações de fontes credíveis como o analista Ming-Chi Kuo e, mais recentemente, Mark Gurman, da Bloomberg. Segundo os relatos, o projeto está a ser desenvolvido para um modelo de topo de gama do MacBook Pro, com lançamento previsto para o final de 2026 ou início de 2027. A tecnologia de ecrã seria OLED, garantindo maior qualidade de imagem e eficiência energética.



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A inteligência artificial, a mesma que utiliza para criar imagens de estilo Ghibli e perguntar todo o tipo de banalidades, chegou a um ponto em que precisa de cada vez mais energia e potência de cálculo.Até agora, o limite era estipulado pelos centros de dados do planeta. Mas a Google quer ir um passo além e convida-nos a aderir a uma das suas últimas ideias: treinar a IA com uma rede de computadores instalada nas constelações de satélites equipados com processadores, conhecidos como TPU, preparados para treinar e executar modelos de inteligência artificial e conectados através de ligações ópticas.Como podemos aproveitar o espaço para maximizar os centros de dados?É aqui que surge a primeira pergunta: porque temos de ir até ao espaço para este fim? Segundo a informação disponível da webpage da Google, a premissa original é que o Sol emite mais de 100 mil milhões de vezes a energia produzida por toda a humanidade. Colocado na órbita adequada, um painel solar poderá gerar até oito vezes mais energia do que sobre a superfície do nosso planeta – e de forma quase contínua. Por conseguinte, teríamos energia de sobra para impulsionar redes de IA que não dependessem de centros de dados terrestres.Os pormenores técnicos do Projecto Suncatcher foram publicados num documento intitulado Towards a future space-based, highly scalable AI infrastructure system design, que descreve como seria um sistema modular de satélites interligados. Cada um teria processadores TPU e comunicaria com os restantes através de ligações ópticas de alta capacidade. O objectivo seria escalar a dimensão de computação de futuros modelos de IA sem consumir recursos terrestres, nem aumentar a pegada de carbono.Esta constelação de satélites ocuparia a órbita heliossíncrona, ou seja, estaria sempre sobre uma zona do planeta exposta à iluminação solar. Trata-se, portanto, de uma órbita estável e quase permanentemente iluminada. E embora tudo isto pareça uma fábula, é fácil de perceber por será necessário superar obstáculos para concretizar este projecto tão ambicioso. Por exemplo, conseguir ligações de dados equivalentes a um centro terrestre. As primeiras simulações indicam que seria possível alcançar dezenas de terabits por segundo, sempre que os satélites se encontrassem muito perto uns dos outros. Mas, como é evidente, deparamo-nos, então, com o segundo problema.Seria necessário um controlo orbital de extrema precisão. É por isso que os investigadores da Google desenvolveram um estudo, segundo o qual precisariam de um enxame de 81 satélites posicionados a 650 quilómetros de altitude, separados entre 100 e 200 metros. Este conjunto poderia manter-se estável com manobras mínimas e poderia compensar os efeitos gravitacionais e o arrastamento atmosférico. Mas ainda há outro desafio por superar.No espaço, os componentes electrónicos sofrem impactos constantes de partículas energéticas. Google testou o seu TPU v6e, um acelerador de IA de sexta geração, expondo-o a um feixe de protões de 67 milhões de electrão-volts. Esta quantidade é suficiente para um protão conseguir atravessar material sólido – tal como a radiação espacial faz. Felizmente, os resultados demostraram que os componentes só sofreram pequenas falhas, com doses quase três vezes superiores às que receberiam numa missão de 5 anos.Mas é claro que nos ainda falta abordar o factor económico. Historicamente, este tem sido um dos grandes travões da exploração espacial. Com a redução dos custos dos lançamentos espaciais, a empresa de Mountain View crê que, em meados da próxima década, o preço poderá ficar abaixo dos 175 euros por quilo. Se isto acontecer, o custo de um centro de dados orbital poderia ser equiparável ao de um centro terrestre.A inteligência artificial que veio do espaçoAinda não devemos comemorar, pois o projecto ainda se encontra em fase de investigação, mas talvez a Google, em colaboração com a empresa Planet, lance dois satélites de teste para validar este estudo e comprovar a eficácia das comunicações ópticas. Estes satélites poderão verificar como os processadores se comportam em condições de microgravidade, usando o espaço como campo de treino improvisado.A Google sabe que não só terá dificuldades como as acima mencionadas, como deverá enfrentar a dissipação do calor no vácuo, por exemplo. Terá de garantir a fiabilidade de todos os sistemas e estabelecer ligações estáveis com a Terra. A Google já tem experiência com projectos que pareciam uma loucura, mas foram implantados no seu organigrama. Falamos, por exemplo, na computação quântica ou na tecnologia que tornou possível a circulação de veículos autónomos nas estradas dos EUA.Teremos de esperar para ver se o projecto consegue avançar e se os modelos de inteligência artificial do futuro não vivem só em centros de dados na Terra, mas também no espaço. As constelações de satélites alimentadas por energia solar, processando dados a velocidades incríveis, poderiam fazer parte da imagem do nosso futuro. Tudo está nas mãos dos investigadores da Google e da energia proveniente do astro rei.


