Esta inovação, caso se concretize, transformaria os populares auscultadores num dispositivo de inteligência artificial, abrindo portas a novas funcionalidades e interações. De acordo com informações avançadas pelo jornalista Mark Gurman da Bloomberg, a Apple está a trabalhar ativamente no seu próximo processador para auscultadores, o H3, que serviria de base para funcionalidades de IA mais avançadas. A integração de câmaras nos AirPods Pro é uma ideia que circula desde 2024 e, com esta nova arquitetura de chip, poderia finalmente tornar-se realidade. Esta evolução permitiria que os auscultadores captassem informações visuais do ambiente do utilizador, possibilitando novas aplicações de realidade aumentada e assistência contextual. Embora os recém-lançados AirPods Pro 3 ainda utilizem o chip H2 de 2022, com melhorias focadas no hardware físico, como a bateria, o desenvolvimento do H3 sinaliza uma ambição de transformar os AirPods em algo mais do que um simples acessório de áudio. A linha temporal para este lançamento é incerta; contudo, considerando o ciclo de três anos entre as últimas gerações dos AirPods Pro, é provável que esta tecnologia futurista ainda demore algum tempo a chegar ao mercado.
Futuros AirPods Pro Poderão Integrar Câmaras e Novo Chip H3 para Funções de IA
A Apple poderá estar a desenvolver uma nova geração de AirPods Pro equipada com câmaras e o futuro chip H3, segundo novos rumores.


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A inteligência artificial, a mesma que utiliza para criar imagens de estilo Ghibli e perguntar todo o tipo de banalidades, chegou a um ponto em que precisa de cada vez mais energia e potência de cálculo.Até agora, o limite era estipulado pelos centros de dados do planeta. Mas a Google quer ir um passo além e convida-nos a aderir a uma das suas últimas ideias: treinar a IA com uma rede de computadores instalada nas constelações de satélites equipados com processadores, conhecidos como TPU, preparados para treinar e executar modelos de inteligência artificial e conectados através de ligações ópticas.Como podemos aproveitar o espaço para maximizar os centros de dados?É aqui que surge a primeira pergunta: porque temos de ir até ao espaço para este fim? Segundo a informação disponível da webpage da Google, a premissa original é que o Sol emite mais de 100 mil milhões de vezes a energia produzida por toda a humanidade. Colocado na órbita adequada, um painel solar poderá gerar até oito vezes mais energia do que sobre a superfície do nosso planeta – e de forma quase contínua. Por conseguinte, teríamos energia de sobra para impulsionar redes de IA que não dependessem de centros de dados terrestres.Os pormenores técnicos do Projecto Suncatcher foram publicados num documento intitulado Towards a future space-based, highly scalable AI infrastructure system design, que descreve como seria um sistema modular de satélites interligados. Cada um teria processadores TPU e comunicaria com os restantes através de ligações ópticas de alta capacidade. O objectivo seria escalar a dimensão de computação de futuros modelos de IA sem consumir recursos terrestres, nem aumentar a pegada de carbono.Esta constelação de satélites ocuparia a órbita heliossíncrona, ou seja, estaria sempre sobre uma zona do planeta exposta à iluminação solar. Trata-se, portanto, de uma órbita estável e quase permanentemente iluminada. E embora tudo isto pareça uma fábula, é fácil de perceber por será necessário superar obstáculos para concretizar este projecto tão ambicioso. Por exemplo, conseguir ligações de dados equivalentes a um centro terrestre. As primeiras simulações indicam que seria possível alcançar dezenas de terabits por segundo, sempre que os satélites se encontrassem muito perto uns dos outros. Mas, como é evidente, deparamo-nos, então, com o segundo problema.Seria necessário um controlo orbital de extrema precisão. É por isso que os investigadores da Google desenvolveram um estudo, segundo o qual precisariam de um enxame de 81 satélites posicionados a 650 quilómetros de altitude, separados entre 100 e 200 metros. Este conjunto poderia manter-se estável com manobras mínimas e poderia compensar os efeitos gravitacionais e o arrastamento atmosférico. Mas ainda há outro desafio por superar.No espaço, os componentes electrónicos sofrem impactos constantes de partículas energéticas. Google testou o seu TPU v6e, um acelerador de IA de sexta geração, expondo-o a um feixe de protões de 67 milhões de electrão-volts. Esta quantidade é suficiente para um protão conseguir atravessar material sólido – tal como a radiação espacial faz. Felizmente, os resultados demostraram que os componentes só sofreram pequenas falhas, com doses quase três vezes superiores às que receberiam numa missão de 5 anos.Mas é claro que nos ainda falta abordar o factor económico. Historicamente, este tem sido um dos grandes travões da exploração espacial. Com a redução dos custos dos lançamentos espaciais, a empresa de Mountain View crê que, em meados da próxima década, o preço poderá ficar abaixo dos 175 euros por quilo. Se isto acontecer, o custo de um centro de dados orbital poderia ser equiparável ao de um centro terrestre.A inteligência artificial que veio do espaçoAinda não devemos comemorar, pois o projecto ainda se encontra em fase de investigação, mas talvez a Google, em colaboração com a empresa Planet, lance dois satélites de teste para validar este estudo e comprovar a eficácia das comunicações ópticas. Estes satélites poderão verificar como os processadores se comportam em condições de microgravidade, usando o espaço como campo de treino improvisado.A Google sabe que não só terá dificuldades como as acima mencionadas, como deverá enfrentar a dissipação do calor no vácuo, por exemplo. Terá de garantir a fiabilidade de todos os sistemas e estabelecer ligações estáveis com a Terra. A Google já tem experiência com projectos que pareciam uma loucura, mas foram implantados no seu organigrama. Falamos, por exemplo, na computação quântica ou na tecnologia que tornou possível a circulação de veículos autónomos nas estradas dos EUA.Teremos de esperar para ver se o projecto consegue avançar e se os modelos de inteligência artificial do futuro não vivem só em centros de dados na Terra, mas também no espaço. As constelações de satélites alimentadas por energia solar, processando dados a velocidades incríveis, poderiam fazer parte da imagem do nosso futuro. Tudo está nas mãos dos investigadores da Google e da energia proveniente do astro rei.


