A medida, que se aplica tanto a dispositivos novos como usados, representa uma escalada significativa no controlo digital por parte das autoridades de Nova Deli.

A diretiva estipula que a aplicação governamental não só deve ser pré-instalada, como também deve ser impossível de remover pelos utilizadores, transformando-a numa componente permanente do sistema operativo.

Esta exigência colide frontalmente com os princípios de segurança e privacidade que a Apple promove como pilares do seu ecossistema.

Segundo informações avançadas pela Reuters, a gigante tecnológica receia que a instalação forçada de software estatal possa criar vulnerabilidades e portas traseiras no seu sistema operativo, comprometendo a proteção dos dados dos clientes e a integridade da sua plataforma, que é conhecida pelo seu ambiente controlado.

A resistência da Apple estabelece um precedente importante no debate global sobre a soberania digital e a vigilância estatal.

A recusa em cumprir a ordem coloca a empresa numa posição delicada num dos mercados de smartphones que mais cresce no mundo, arriscando potenciais sanções ou entraves comerciais.

Este impasse sublinha a tensão crescente entre as ambições de controlo dos governos e o compromisso das grandes tecnológicas com a privacidade do utilizador, levantando questões fundamentais sobre até que ponto as empresas devem ceder a exigências que consideram prejudiciais para a segurança dos seus produtos e a confiança dos seus consumidores.