A proposta legislativa, conhecida informalmente como "Chat Control", previa a implementação de sistemas de verificação do lado do cliente (client-side scanning), o que, na prática, obrigaria as empresas de tecnologia a analisar o conteúdo das comunicações privadas dos seus utilizadores antes de estas serem encriptadas. Esta medida gerou uma forte oposição por parte de mais de seiscentos especialistas em cibersegurança, ativistas dos direitos digitais e gigantes tecnológicas, incluindo a Apple, que argumentaram que tal sistema comprometeria a própria essência da encriptação ponto-a-ponta, criando um precedente perigoso para a vigilância em massa. A forte pressão pública, que culminou com a retirada do apoio da Alemanha, levou ao cancelamento da votação no Conselho da UE, bloqueando a aprovação da lei.

No entanto, os artigos sublinham que se trata de uma vitória temporária. A proposta não foi retirada, mas apenas adiada, o que significa que a ameaça de uma legislação que ponha em causa a privacidade e a segurança das comunicações digitais na Europa continua a existir. Para empresas como a Apple, que fizeram da privacidade uma bandeira da sua marca, a situação permanece incerta, pois futuras iterações da lei poderão voltar a colocar em risco a integridade dos seus serviços de mensagens.