A formação desta coligação representa um esforço significativo para congregar diferentes sensibilidades da esquerda em torno de um projeto comum para a capital. A candidatura de Alexandra Leitão, ex-ministra e ex-líder parlamentar do PS, procura mobilizar um eleitorado vasto, desde o centro-esquerda até às novas esquerdas representadas pelo Livre e pelo BE, incluindo ainda a componente ambientalista do PAN. No entanto, a estratégia de união não foi consensual. O PCP, através da sua coligação CDU, optou por manter a sua autonomia e apresentar uma candidatura própria, liderada pelo vereador João Ferreira. A CDU justifica a sua decisão com a necessidade de se afirmar como a “verdadeira alternativa”, recusando diluir a sua identidade numa plataforma mais vasta. Esta recusa em coligar-se pré-eleitoralmente é uma posição histórica dos comunistas, que preferem negociar acordos pós-eleitorais baseados em resultados concretos. A fragmentação da esquerda, com duas candidaturas distintas, poderá dividir o voto do eleitorado progressista, dificultando o objetivo de reconquistar a Câmara Municipal de Lisboa, num cenário que o atual autarca, Carlos Moedas, descreve como uma escolha entre a sua “coligação de moderados” e o “radicalismo do contra”.
