Autárquicas: PS enfrenta desafio de manter hegemonia local com 47 presidentes de câmara de saída

O Partido Socialista (PS) avança para as eleições autárquicas com o objetivo de se consolidar como o principal partido no poder local, uma meta desafiada pelo contexto político adverso após a derrota nas legislativas de maio e pela saída de 47 dos seus presidentes de câmara devido à lei de limitação de mandatos. Esta renovação forçada afeta municípios de grande importância como Sintra, Valongo, Torres Novas e Guimarães, obrigando o partido a encontrar novos protagonistas capazes de manter a confiança do eleitorado. Para mitigar este impacto, a estratégia socialista, coordenada por André Rijo, assenta em duas vertentes principais: a formação de coligações e o recurso a figuras de peso do partido. O PS liderará 13 coligações, nomeadamente em Lisboa, Braga, Sintra e Coimbra, e apoiará nove movimentos de cidadãos independentes, numa tentativa de alargar a sua base de apoio. Adicionalmente, o partido mobilizou personalidades com experiência governativa, como Alexandra Leitão para Lisboa, Manuel Pizarro para o Porto, Ana Mendes Godinho para Sintra e Ana Abrunhosa para Coimbra, com o objetivo claro de reconquistar capitais de distrito, das quais detém atualmente apenas quatro (Leiria, Viana do Castelo, Vila Real e Beja). O coordenador autárquico André Rijo sublinhou que o objetivo é que "as pessoas continuem a olhar para o PS como o principal partido autárquico português". Uma decisão estratégica, tomada ainda sob a liderança de Pedro Nuno Santos, de impedir que candidatos autárquicos integrassem as listas às legislativas, é vista como um sinal do "compromisso autárquico de querer candidaturas a tempo inteiro nos territórios", diferenciando o PS do PSD e do Chega.

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Em resumo

A estratégia do PS para as autárquicas é defensiva, procurando consolidar o seu poder local através de coligações seletivas e da mobilização de figuras proeminentes para contrabalançar o impacto da saída de autarcas em fim de mandato e a sua recente perda de influência na política nacional.