Fim de mandato de dezenas de autarcas força renovação e agita xadrez político local
A lei de limitação de mandatos emerge como um fator estrutural decisivo nas próximas eleições autárquicas, obrigando a uma renovação de lideranças em dezenas de municípios governados pelos principais partidos e abrindo a porta a uma maior incerteza eleitoral. O Partido Socialista é o mais impactado, com 47 dos seus presidentes de câmara a atingirem o limite de três mandatos consecutivos, incluindo em municípios relevantes como Sintra, Valongo, Torres Novas e Guimarães. O PSD também enfrenta uma renovação significativa, com 19 dos seus autarcas de saída, entre os quais se destacam os presidentes de Cascais, Carlos Carreiras, de Braga, Ricardo Rio, e de Aveiro, Ribau Esteves. A CDU, por sua vez, terá de substituir 11 dos seus 19 presidentes, incluindo em bastiões como Évora, Palmela, Benavente e Silves. No CDS-PP, três dos seus seis presidentes de câmara, como os de Velas e Vale de Cambra, também não se podem recandidatar.
Este cenário de renovação forçada obriga os partidos a encontrar novos candidatos com capacidade para manter a confiança dos eleitores em autarquias historicamente consolidadas, ao mesmo tempo que cria oportunidades para as forças da oposição conquistarem novos territórios.
A saída de figuras com forte implantação local altera profundamente a dinâmica da campanha em muitos concelhos, tornando o resultado eleitoral mais imprevisível.
Em resumoO elevado número de presidentes de câmara em fim de mandato nos principais partidos é um fator estrutural chave nestas eleições, impondo uma renovação de quadros e aumentando a incerteza eleitoral em numerosos municípios por todo o país.
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