Atualmente com 19 câmaras, o número mais baixo da sua história, a coligação enfrenta desafios significativos para manter a sua influência territorial.
Um dos maiores obstáculos é a limitação de mandatos, que impede a recandidatura de 11 dos seus 19 presidentes de câmara, incluindo figuras proeminentes como Carlos Pinto Sá em Évora, que será substituído pelo eurodeputado João Oliveira, e os autarcas de Palmela, Benavente e Silves. Jorge Cordeiro, membro da Comissão Política do PCP, desvaloriza este fator, recordando que em 2013 a coligação enfrentou uma renovação semelhante e ainda assim aumentou o número de autarquias.
Outro desafio reside na crescente implantação do Chega em antigos bastiões da CDU, como Serpa e Palmela, onde o partido de extrema-direita obteve resultados expressivos nas últimas legislativas.
A CDU, no entanto, desvaloriza esta ameaça, acreditando que o eleitorado saberá distinguir a natureza local das eleições.
A situação em Setúbal é particularmente complexa: a ex-presidente Maria das Dores Meira, eleita pela CDU durante 12 anos, concorre como independente com o apoio do PSD, o que poderá dividir o eleitorado tradicional da coligação e ameaçar a reeleição do atual presidente, André Martins.
A estratégia da CDU passa por recuperar câmaras perdidas por margens curtas em 2021, como Loures e Moita, e afirmar a sua gestão como uma alternativa de “Trabalho, Honestidade e Competência”.