Estratégia Nacional do Bloco de Esquerda para as Autárquicas 2025
O Bloco de Esquerda (BE) alterou significativamente a sua estratégia para as eleições autárquicas de 2025, apostando num número consideravelmente maior de coligações com outros partidos de esquerda, num esforço para recuperar influência local após o desaire nas últimas eleições legislativas. Depois de em 2021 ter concorrido em apenas duas coligações, o partido já confirmou a sua participação em cerca de duas dezenas de alianças, um número que, segundo a direção, ainda é provisório. Esta viragem estratégica reflete a necessidade de “criar alianças sociais em projetos locais de transformação política à esquerda”, conforme definido na sua 5.ª Conferência Nacional. A coligação mais emblemática é a de Lisboa, onde o BE se junta a PS, Livre e PAN na candidatura liderada pela socialista Alexandra Leitão, com o objetivo claro de derrotar o atual presidente, Carlos Moedas.
Alianças semelhantes, envolvendo diferentes combinações destes partidos, foram estabelecidas em municípios como Loures, Cascais, Sintra, Oeiras, Coimbra e Ponta Delgada. O partido também avança com candidaturas próprias em municípios estratégicos, com figuras de relevo nacional como o antigo deputado José Manuel Pureza em Coimbra e o ex-líder parlamentar Pedro Filipe Soares em Matosinhos.
O objetivo, segundo a dirigente Isabel Pires, é “reforçar a sua representação nos órgãos autárquicos”, focando a campanha na defesa dos serviços públicos e na apresentação de alternativas às políticas liberais, num contexto nacional marcado por uma maioria parlamentar de direita.
O partido ambiciona, assim, reverter a perda de vereadores sofrida em 2021 e ampliar a sua influência a nível local.
Em resumoO Bloco de Esquerda adota uma estratégia pragmática de alianças à esquerda para as autárquicas, procurando através de coligações em municípios chave e candidaturas próprias de figuras notáveis, reforçar a sua presença local e construir uma alternativa política a partir dos territórios.
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