A meta estabelecida pela liderança do partido passa por eleger cerca de 8.000 autarcas em todo o país e conquistar a presidência de dezenas de câmaras municipais, focando-se particularmente nas regiões do Alentejo e do Algarve, onde obteve resultados expressivos nas últimas eleições legislativas. A estratégia de expansão manifesta-se na apresentação de um número crescente de candidaturas em diversos concelhos. Exemplos notórios incluem as candidaturas de Eduardo Teixeira, um ex-dirigente do PSD, em Felgueiras, e de Luciana Leitão na Covilhã, que substituiu o candidato inicialmente anunciado, demonstrando uma capacidade de ajuste tático. Em Rio Maior, o empresário Alexandre Costa encabeça a lista com promessas de desenvolvimento económico e eliminação de portagens na A15. O partido aposta também em figuras locais e ex-militares para as juntas de freguesia, como em Vale da Pedra (Cartaxo) e Guidões (Trofa), procurando criar uma base de apoio sólida. A ambição do Chega reflete-se na sua intenção de concorrer em todos os 308 municípios, um desafio logístico que, segundo André Ventura, enfrenta a dificuldade de encontrar candidatos dispostos a “dar a cara” pelo partido em localidades mais pequenas, onde o receio de represálias profissionais ainda se faz sentir. Esta ofensiva autárquica é vista como um passo crucial para transformar a sua representação parlamentar numa implantação territorial efetiva, testando a sua capacidade de passar de um partido de protesto para uma força com responsabilidades governativas locais.
