A coligação, que atualmente detém a presidência de 19 câmaras municipais, estabeleceu como meta apresentar candidaturas em todos os 308 municípios do país, procurando não só manter os seus bastiões, mas também ampliar a sua influência. Um dos maiores obstáculos para a CDU é a limitação de mandatos, que impede a recandidatura de 11 dos seus 19 presidentes de câmara. Esta situação força uma renovação de lideranças em municípios historicamente importantes para a coligação, como Évora, Palmela, Grândola e Silves. Em Évora, o eurodeputado João Oliveira sucede a Carlos Pinto Sá, numa tentativa de manter um dos seus mais importantes municípios.
A situação é particularmente complexa em Setúbal, onde a ex-presidente da câmara pela CDU, Maria das Dores Meira, se candidata como independente com o apoio do PSD, criando uma ameaça direta à base eleitoral da coligação. Confrontada com o crescimento do Chega em algumas das suas autarquias, a liderança da CDU desvaloriza a ameaça, argumentando que o foco local das eleições limitará o impacto do partido de André Ventura. Jorge Cordeiro, do Comité Central do PCP, expressou confiança na capacidade de a CDU demonstrar a sua mais-valia na gestão autárquica, recordando que a coligação já superou cenários de renovação forçada no passado com sucesso, como em 2013, quando aumentou o número de câmaras governadas apesar de ter de substituir 12 candidatos.