Num cenário em que sondagens internas apontam para um empate técnico, a questão das coligações pós-eleitorais torna-se central para a governabilidade do segundo município mais populoso do país.
Em entrevista ao jornal Público, Marco Almeida foi explícito ao afirmar que não tem “linhas vermelhas” e que não porá “limites” a entendimentos com eleitos de outros partidos, incluindo o Chega. “Não diferencio os eleitos pela cor política; se há gente com competência técnica, é essa que vale.
Escolherei os competentes”, declarou o candidato, abrindo a porta a um cenário que tem sido um tabu para a liderança nacional do PSD.
Esta posição pragmática contrasta com a de outros candidatos no espectro da direita, como Júlio Gourgel Ferreira, da Nova Direita, que se apresenta com o objetivo de “trazer ideias e perspetivas diferentes” e de se eleger, “nem que seja como vereador”. A complexidade do panorama político em Sintra, um município de grande dimensão e com desafios significativos, torna a formação de uma maioria estável um objetivo crucial para qualquer vencedor. A abertura de Marco Almeida a um entendimento com o Chega poderá, assim, ser um prenúncio de novas configurações de poder local, com potenciais repercussões a nível nacional, caso o cenário de necessidade de alianças se confirme após as eleições de 12 de outubro.