A investigação, baseada em dados do Reino Unido, utilizou um modelo de aprendizagem automática para analisar ressonâncias magnéticas cerebrais de quase mil pessoas, comparando exames realizados antes e depois do início da pandemia. Os resultados mostraram que o grupo exposto ao ambiente pandémico apresentou um envelhecimento cerebral mais rápido em média, independentemente de terem contraído a doença. Este efeito foi particularmente pronunciado em homens e em indivíduos em situações de maior precariedade, como desemprego, baixos rendimentos ou saúde deficiente. Adicionalmente, o estudo associou este envelhecimento acelerado a um declínio no desempenho cognitivo, especialmente em testes de flexibilidade mental e velocidade de processamento, sendo esta ligação mais forte nas pessoas que foram efetivamente infetadas. Os autores admitem as limitações do trabalho, nomeadamente a incerteza sobre a reversibilidade destes efeitos, mas sublinham a necessidade de mais investigação para melhorar os resultados da saúde cerebral em futuras crises de saúde pública.
