A inovação, liderada por Yan Fossat da Klick Labs, foi apresentada numa conferência na Fundação Champalimaud, em Lisboa. O sistema funciona de forma simples: o utilizador fornece dados como género, idade, altura e peso, e depois pronuncia uma frase curta para o telemóvel. A aplicação analisa as características da voz, que são alteradas pela doença de forma impercetível para o ouvido humano, e calcula a probabilidade de ter diabetes. A base científica reside no facto de a diabetes, tal como outras doenças, danificar o organismo, incluindo as cordas vocais. O modelo de IA foi treinado e validado com vozes de populações diversas no Canadá, Índia e Estados Unidos, demonstrando ser universal. A equipa de investigação já publicou estudos que confirmam a eficácia da tecnologia para detetar hipertensão e até a ovulação em mulheres, e está a explorar a sua aplicação a doenças oncológicas e infecciosas. Embora ainda em fase de investigação e aguardando regulamentação, a tecnologia poderá, no futuro, democratizar os cuidados de saúde, permitindo a deteção de várias doenças com uma simples chamada telefónica.
