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Ciência e Tecnologia August 4, 2025

Vírus Respiratórios Comuns Podem Despertar Células Adormecidas de Cancro da Mama

Uma investigação inovadora, publicada na revista científica *Nature*, revelou que vírus respiratórios comuns, como o da gripe e o SARS-CoV-2, podem reativar células de cancro da mama que se encontram num estado dormente nos pulmões, levando ao desenvolvimento de metástases.

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Esta descoberta estabelece uma ligação direta entre infeções virais e a reincidência do cancro, abrindo novas perspetivas para a prevenção e tratamento.

O estudo, conduzido em ratos por cientistas dos EUA, Reino Unido e Países Baixos, demonstrou que tanto a infeção pelo vírus da gripe como pelo SARS-CoV-2 desencadeou o despertar de células cancerígenas adormecidas que se tinham disseminado para os pulmões. Este processo resultou numa "expansão maciça de células metastáticas em poucos dias após a infeção" e no aparecimento de lesões em duas semanas.

O investigador James DeGregori resumiu o fenómeno de forma eloquente: “As células cancerígenas inativas são como as brasas deixadas numa fogueira abandonada, e os vírus respiratórios são como um vento forte a reacender as chamas”.

A análise molecular identificou a interleucina-6 (IL-6), uma proteína libertada pelo sistema imunitário em resposta à inflamação viral, como o principal mediador deste despertar.

Esta descoberta sugere que terapias que inibem a IL-6 poderão ser eficazes na prevenção de metástases após uma infeção. Para corroborar os resultados, a equipa analisou dados de duas grandes bases de dados humanas, o UK Biobank e a Flatiron Health, encontrando uma associação entre a infeção por SARS-CoV-2 e um risco acrescido de morte relacionada com cancro e de doença metastática pulmonar. Os autores sublinham a importância da vacinação contra vírus respiratórios para pessoas com historial de cancro.

ai briefingEm resumo
Um novo estudo revelou que vírus respiratórios como a gripe e a COVID-19 podem reativar células de cancro da mama adormecidas nos pulmões, aumentando o risco de metástases. O mecanismo é impulsionado pela proteína inflamatória IL-6, o que aponta para novas estratégias de prevenção e reforça a importância da vacinação para doentes oncológicos.

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