Estudos recentes alertam para os perigos dos micro e nanoplásticos, que contaminam ecossistemas e entram na cadeia alimentar, tendo já sido encontrados em diversos órgãos e fluidos corporais humanos, como pulmões, rins, cérebro e corrente sanguínea.
Uma investigação da Universidade de Washington em St.
Louis destacou o destino químico das máscaras faciais descartadas durante a pandemia.
Compostas por polipropileno, estas máscaras degradam-se sob a luz solar, transformando-se em nanoplásticos que produzem espécies reativas de oxigénio.
Estes agentes oxidantes podem desencadear reações químicas inesperadas no ambiente, alterando o destino de outros poluentes.
A investigadora Young-Shin Jun afirma: “Os plásticos não só causam danos físicos, como também introduzem alterações químicas nos sistemas ambientais”.
Esta investigação também aponta para uma aplicação inesperada: a compreensão destas reações pode ajudar no desenvolvimento de materiais energéticos sustentáveis.
Paralelamente, um grupo de especialistas publicou um artigo na revista *The Lancet* alertando que a poluição por plásticos causa doenças e mortes, afetando desproporcionalmente as populações com rendimentos mais baixos. Os autores estimam que as perdas económicas relacionadas com a saúde ultrapassam os 1,5 biliões de dólares anuais e denunciam a falta de transparência sobre as mais de 75% de substâncias químicas presentes nos plásticos que nunca foram submetidas a testes de segurança.