A descoberta, publicada no *Zoological Journal of the Linnean Society*, desafia as teorias existentes sobre a evolução destes répteis, sugerindo que já estavam estabelecidos antes da extinção em massa dos dinossauros.
O fóssil, pertencente à família Dyrosauridae, foi encontrado perto de Bentiaba, na província do Namibe, uma região de crescente importância para a paleontologia marinha africana.
A análise dos ossos, realizada após a sua preparação no Museu da Lourinhã, revelou um animal com um focinho alongado, adaptado à vida marinha. Segundo o líder da investigação, Arthur Maréchal, da NOVA FCT, “trata-se de um dos mais antigos e meridionais representantes já identificados deste grupo, com características que comprovam a sua presença bem antes da extinção em massa que ocorreu há 66 milhões de anos”. Esta descoberta contraria a teoria de que os Dyrosauridae apenas floresceram após o desaparecimento dos dinossauros, sugerindo que a ausência de registos mais antigos se pode dever a um registo fóssil incompleto.
O achado reforça a resiliência da vida nos oceanos durante períodos de crise global e posiciona Angola como uma região crucial para futuros estudos paleontológicos.
A descoberta ajuda a reconstituir a vida nos ecossistemas do Atlântico Sul antes do cataclismo que marcou o fim do período Cretácico, oferecendo um vislumbre raro da fauna que habitava os mares angolanos ao lado de mosassauros e plesiossauros.