Em ambos os casos, as infeções respiratórias desencadearam o despertar das células cancerígenas, levando a uma expansão massiva de metástases em poucos dias. O investigador James DeGregori descreveu o fenómeno de forma eloquente: “As células cancerígenas inativas são como as brasas deixadas numa fogueira abandonada, e os vírus respiratórios são como um vento forte a reacender as chamas”.

A análise molecular identificou a interleucina-6 (IL-6), uma proteína libertada pelo sistema imunitário em resposta a infeções, como o principal mediador deste processo.

Esta descoberta sugere que o uso de inibidores de IL-6 poderá ajudar a prevenir o ressurgimento de metástases após uma infeção viral. A equipa encontrou suporte para esta hipótese em duas grandes bases de dados humanas, onde a infeção por SARS-CoV-2 foi associada a um risco acrescido de morte por cancro e de metástases pulmonares. Os autores concluem que as suas descobertas sublinham a importância da prevenção de infeções respiratórias, como a vacinação, em pessoas com historial de cancro.