Esta descoberta, publicada na revista científica Cell Reports Medicine, promete ser particularmente relevante para detetar as formas mais agressivas da doença.

Atualmente, o diagnóstico é feito maioritariamente através de cistoscopia, um exame endoscópico que pode ser desconfortável e exige recursos hospitalares.

A nova abordagem oferece uma alternativa mais simples. A investigadora Inês Moreira, primeira autora do trabalho, explicou que “com a nossa descoberta, duas gotas de urina podem ser suficientes para detetar o cancro da bexiga sem exames invasivos, uma alternativa mais cómoda, rápida e acessível”.

O açúcar nLc4 é libertado pelas células tumorais e a sua concentração na urina é particularmente elevada quando o tumor já invadiu o músculo em redor da bexiga, a forma mais grave da doença.

O estudo, conduzido na Alemanha, analisou amostras de tecido e urina de 16 doentes com cancro da bexiga, comparando-as com amostras de pessoas saudáveis. A equipa descobriu que o nível de nLc4 aumenta com a progressão da doença, destacando-se como um forte candidato para um teste de diagnóstico. O próximo passo é validar os resultados numa amostra maior de doentes para, posteriormente, desenvolver um teste de urina que permita aos médicos identificar rapidamente os casos mais graves e escolher o tratamento mais adequado.