O estudo, conduzido na Alemanha com a participação dos investigadores portugueses Inês Moreira e Manuel Vicente, revelou que o açúcar nLc4 se encontra à superfície das células tumorais e é libertado na urina, onde pode ser detetado.

A sua concentração é particularmente elevada nos casos mais graves da doença, quando o tumor já invadiu o músculo em redor da bexiga.

Segundo a investigadora Inês Moreira, primeira autora do trabalho, "duas gotas de urina podem ser suficientes para detetar o cancro da bexiga sem exames invasivos, uma alternativa mais cómoda, rápida e acessível".

A relevância deste biomarcador reside na sua associação com a forma músculo-invasiva da doença, a mais agressiva e com maior risco de progressão. "Identificar estes casos de forma rápida pode fazer uma grande diferença no tratamento e na evolução da doença", explicou Moreira.

A equipa analisou amostras de tecido e urina de 16 doentes com cancro da bexiga, comparando-as com as de pessoas saudáveis, o que permitiu destacar o nLc4 como um forte candidato. O próximo passo será validar os resultados numa amostra maior de doentes para confirmar a sua utilidade e desenvolver um teste de urina que auxilie os médicos a identificar os casos mais graves e a escolher o tratamento adequado.