Uma investigação conduzida na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) demonstrou que um programa de reabilitação estruturado pode melhorar em mais de 50% a autonomia de doentes submetidos a transplante cardíaco. O estudo destaca a importância da enfermagem de reabilitação e da inclusão dos cuidadores no processo de recuperação. O programa, intitulado “Enfermagem de Reabilitação em Transplante Cardíaco”, foi desenvolvido por Maria de Fátima de Sequeira Loureiro e acompanhou 19 doentes entre 2021 e 2023. Os resultados foram notáveis: o tempo médio de internamento foi reduzido para 15 dias, um valor significativamente inferior à média habitual de 20 a 33 dias.
Mais importante, os pacientes apresentaram ganhos médios de 50,26% na melhoria do estado funcional e na recuperação da autonomia para atividades diárias.
O programa incluía mobilização precoce após a cirurgia e um regime de exercícios respiratórios, aeróbios e de resistência, com acompanhamento semanal nos dois meses após a alta.
Uma componente inovadora foi a inclusão dos cuidadores no processo, uma abordagem validada por 42 especialistas de 20 países, que confirmaram a importância de integrar os familiares não só como prestadores de cuidados, mas também como beneficiários das intervenções. Num ano em que Portugal atingiu um recorde de 58 transplantes cardíacos, esta investigação sublinha o impacto positivo de programas de reabilitação bem estruturados na capacidade de autocuidado, na literacia em saúde e na adesão ao exercício físico, melhorando drasticamente a qualidade de vida dos transplantados.
Em resumoUma investigação da ESEnfC revelou que um programa de reabilitação cardíaca, que inclui mobilização precoce e o envolvimento de cuidadores, aumenta a autonomia dos transplantados em cerca de 50%. O estudo também demonstrou uma redução significativa no tempo de internamento e melhorias na literacia em saúde dos doentes.