Dois estudos recentes fornecem pormenores cruciais sobre este período.

Uma investigação na área de Ledi-Geraru descreve o mais antigo fóssil do género *Homo* conhecido, um maxilar com 2,78 milhões de anos, bem como fósseis de *Australopithecus* com 2,63 milhões de anos, morfologicamente distintos de outras espécies conhecidas. Estas descobertas sugerem que o *Australopithecus* e o *Homo* primitivo eram linhagens separadas e contemporâneas, levantando a possibilidade de até quatro linhagens de hominídeos terem coexistido na África Oriental. Um segundo estudo, baseado na análise de 108 dentes do Baixo Vale do Omo, mapeou a dinâmica populacional ao longo de milhões de anos. A análise mostra que, enquanto há 3,4 milhões de anos apenas o *Australopithecus afarensis* estava presente, por volta de 2,95 milhões de anos já existiam duas linhagens, *Paranthropus* e um grupo que incluía *Homo*. O *Paranthropus* tornou-se dominante a partir de 2,27 milhões de anos, até que o *Homo* se tornou o táxon mais comum por volta de 1,9 milhões de anos.

Juntos, estes trabalhos desmistificam a evolução linear, revelando um cenário dinâmico onde múltiplas espécies partilhavam ecossistemas, competindo e adaptando-se até que apenas a linhagem *Homo* sobreviveu.