A descoberta, publicada na *Proceedings of the Royal Society B*, aprofunda a nossa compreensão sobre os estados afetivos e a complexidade emocional dos peixes. O estudo focou-se na relação entre peixes-limpadores (*Labroides dimidiatus*) e os seus peixes-clientes.
Para além do benefício da remoção de parasitas, os cientistas investigaram se a estimulação tátil em si proporcionava prazer.
Através de testes comportamentais e farmacológicos, a equipa, que incluiu investigadores portugueses do CIBIO, CCMAR e MARE, concluiu que estas interações ativam o sistema opioide dos peixes-clientes, resultando numa experiência aprazível e na redução dos níveis de stress. O investigador João Saraiva afirmou: "O nosso estudo mostra claramente que os peixes experimentam prazer com a estimulação tátil e que isso é regulado pelo seu sistema opióide". O trabalho também distinguiu entre os conceitos de "querer" e "gostar", observando que a simples visão dos peixes-limpadores motivava os clientes a procurar os seus serviços, mas essa motivação era regulada por um sistema diferente do opioide, que media o prazer do toque.
"Basicamente, querer e gostar são coisas diferentes", concluiu Saraiva.
Esta investigação lança uma nova luz sobre as experiências emocionais dos peixes e os mecanismos fundamentais do processamento de recompensa nos vertebrados.












