A descoberta, publicada na *Nature Communications*, foi iniciada pela bióloga Lorian Schweikert, que observou um bodião-de-pluma capturado a mudar de cor para corresponder ao padrão do convés do barco, mesmo já estando morto. Intrigada, a equipa de investigação descobriu que a pele do peixe contém genes que produzem opsina, uma proteína fotossensível, a mesma encontrada nos olhos, mas codificada por genes diferentes.
Estes "detetores de luz" estão distribuídos pela pele do animal. O aspeto mais inovador do estudo foi a descoberta de que as células produtoras de opsina não se encontram nos cromatóforos (as células que contêm o pigmento), mas sim numa camada de células localizada por baixo. Isto significa que a luz tem de atravessar primeiro a camada de pigmento antes de ser detetada. Schweikert sugere que este arranjo permite ao peixe "tirar uma fotografia instantânea da sua pele, a partir de dentro". Este mecanismo faculta ao animal informação sobre a sua própria aparência, permitindo-lhe refinar a camuflagem que observa no ambiente com os seus olhos.
Nas palavras da investigadora, as células de opsina "de certa forma podem dizer ao animal qual o aspeto da sua pele, uma vez que não conseguem dobrar-se para verem eles próprios".











