Estas formigas, nativas das Américas, cortam pedaços de folhas não para se alimentarem diretamente, pois são incapazes de as digerir, mas para servirem de substrato a um fungo específico, o *Leucoagaricus gongylophorus*. O fungo decompõe a matéria vegetal e as formigas alimentam-se do fungo, obtendo assim os nutrientes de que necessitam.
A relação é tão interdependente que nenhuma das espécies consegue sobreviver sem a outra.
O estudo, publicado na revista *Molecular Biology and Evolution*, revelou que o fungo sofreu alterações genéticas que lhe permitem formar estruturas únicas, ricas em nutrientes, que funcionam como "reservatórios nutritivos" para as formigas.
Caio Leal-Dutra, primeiro autor do artigo, descreve o fungo como "o parceiro perfeito das formigas".
Além disso, o ADN do fungo contém genes que lhe conferem uma elevada capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais, o que permitiu que esta parceria se mantivesse por milénios em diversos habitats.
Os investigadores acreditam que este sistema biológico oferece lições valiosas.
Jonathan Shik, coautor do estudo, aponta que "compreender a resiliência a longo prazo dos sistemas de cultivo das formigas pode inspirar novas formas de pensar sobre a agricultura sustentável".











