O estudo destaca o valor de culturas tradicionais quase esquecidas como reservatórios genéticos vitais para a segurança alimentar num mundo em aquecimento. Confrontados com uma redução na precipitação de inverno, os agricultores da região têm vindo a abandonar culturas tradicionais, como a cevada e esta ervilha preta, em favor de culturas comerciais mais lucrativas, mas menos adaptadas, como a ervilha verde. A investigação, que incluiu a primeira sequenciação do genoma completo da ervilha preta, confirmou o que o conhecimento local já indicava: esta variedade é ecologicamente mais robusta.
Em experiências de campo realizadas em colaboração com os agricultores locais, as ervilhas pretas demonstraram uma maior taxa de sobrevivência e sucesso reprodutivo em condições de menor rega, comparativamente às ervilhas verdes.
Além da sua resiliência, a análise nutricional revelou que a ervilha preta é mais rica em proteínas (21% por 100 gramas) e minerais como magnésio, cálcio e ferro.
Harman Jaggi, autora principal do estudo, afirma que "as ervilhas pretas estão intimamente ligadas à vida cultural, religiosa e social na região.
O facto de também serem resistentes ao clima é o que as torna tão interessantes".
Os autores recomendam o reconhecimento destes sistemas agrícolas como património global, o que poderia estimular um mercado para a cultura e proteger a biodiversidade local.











