O estudo, publicado na revista *Behavioural Processes*, foi conduzido em laboratório com dois grupos de ratinhos: 'demostradores' e 'observadores'. Aos 'demostradores' foi dada ração com canela. Após interagirem com eles, a maioria dos 'observadores', quando confrontada com a escolha entre ração com canela e ração com cacau, preferiu a de canela, indicando que a informação foi transmitida socialmente.

Susana Varela, do Instituto Gulbenkian para a Ciência, explica que aprender desta forma "demora tempo e pode ser arriscado, uma vez que pode levar a indisposições ou até mesmo à morte".

A preferência adquirida mostrou-se duradoura, persistindo um mês após a experiência inicial, um período significativo na vida de um ratinho.

Curiosamente, a eficácia da transmissão de informação dependia da duração do contacto social.

Interações inferiores a dois minutos levavam os 'observadores' a evitar o alimento, um comportamento que as cientistas sugerem poder estar relacionado com a hierarquia social. Os ratinhos tendem a evitar contactos prolongados com indivíduos dominantes para minimizar conflitos, o que pode condicionar a partilha de informação.

Esta dinâmica social complexa influencia, assim, a forma como as preferências alimentares se disseminam na população.