Este fenómeno, que decorre de forma lenta há cinco a dez milhões de anos, gera tensões e liberta energia suficiente para provocar grandes abalos. O geólogo João Duarte, um dos autores do estudo, explica que o processo foi identificado através da instalação de sismómetros no fundo do mar, que registaram um “conjunto de pequenos sismos a grande profundidade”, e da utilização de modelos computacionais para simular o fenómeno.

Segundo Duarte, esta estrutura, embora não seja uma falha sísmica tradicional, acumula energia devido à convergência entre as placas Africana e Euro-asiática.

A descoberta é crucial para a reavaliação da perigosidade sísmica em Portugal, uma vez que introduz um novo mecanismo gerador de sismos que não era anteriormente considerado nos modelos de risco.