Este avanço, publicado na revista Nature Chemistry, representa um progresso significativo na busca por combustíveis solares, como hidrogénio ou metanol, que sejam neutros em carbono.

A fotossíntese artificial visa replicar o processo das plantas de conversão da luz solar em energia química, criando combustíveis que, ao serem queimados, libertam apenas o dióxido de carbono previamente capturado para a sua produção.

Um dos principais desafios é o armazenamento intermediário de múltiplas cargas elétricas para impulsionar as reações químicas necessárias.

A nova molécula, desenvolvida pela equipa do professor Oliver Wenger, aborda este problema.

É composta por cinco partes: duas que libertam eletrões (ficando com carga positiva), duas que os captam (carga negativa) e uma central que absorve a luz e inicia a reação.

O sistema funciona de forma gradual, com dois flashes de luz.

O primeiro gera uma carga positiva e uma negativa que se deslocam para as extremidades da molécula; o segundo repete o processo, resultando num estado com duas cargas positivas e duas negativas.

O doutorando Mathis Brändlin destaca a importância desta abordagem: “Essa excitação gradual permite usar uma luz significativamente mais fraca.

Como resultado, já estamos nos aproximando da intensidade da luz solar”.

Isto contrasta com investigações anteriores que exigiam lasers de alta potência, distanciando-se de uma aplicação prática.

As cargas permanecem estáveis o tempo suficiente para serem usadas em reações subsequentes, um requisito essencial para um sistema funcional.