A iniciativa, liderada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) em colaboração com a Universidade do Algarve, é crucial para a recolha de dados que melhoram as previsões meteorológicas e aprofundam a compreensão das alterações climáticas.
O programa Argo é uma rede global composta por mais de 4.000 flutuadores espalhados por todos os oceanos, que funcionam como “vigilantes” do mar.
Estes instrumentos autónomos mergulham até 2.000 metros de profundidade, medindo parâmetros essenciais como temperatura, salinidade, pressão e correntes.
A cada dez dias, sobem à superfície para transmitir os dados recolhidos via satélite, que são disponibilizados quase em tempo real à comunidade científica mundial. Miguel Santos, investigador do IPMA, salienta que estes dados “são muito importantes para calibrar os modelos globais, os de previsão atmosférica, que estão cada vez melhores por causa destes dados”.
A contribuição portuguesa, que começou com o lançamento de um flutuador em julho e prevê mais cinco até ao final do ano, inclui dispositivos mais avançados que medirão também oxigénio, nitratos, clorofila e pH.
Esta informação é fundamental para monitorizar tendências como o aquecimento e a acidificação dos oceanos, fenómenos diretamente ligados às alterações climáticas.
A participação de Portugal neste projeto global representa um passo importante para a política nacional de monitorização oceânica.












