A descoberta sugere uma ligação direta entre os construtores e a origem galesa das pedras.

O mistério de Stonehenge reside não só no seu propósito, mas também na logística da sua construção. Sabe-se que as “pedras azuis” (bluestones) mais pequenas foram extraídas das colinas de Preseli, no País de Gales, a mais de 200 quilómetros de distância, mas a forma como foram transportadas e por quem continua a ser objeto de debate.

A mandíbula de vaca, encontrada junto à entrada sul do monumento, fornece uma nova e importante pista.

Embora os artigos sejam muito concisos, a implicação científica é que a análise de isótopos no esmalte do dente pode revelar a geologia da região onde o animal pastou durante a sua vida. Se a assinatura isotópica do dente corresponder à das colinas de Preseli, isso seria uma forte evidência de que os construtores não só viajaram de Gales, como também trouxeram o seu gado consigo. Tal facto indicaria uma migração organizada e de longa duração, em vez de simples expedições de trabalho. Provaria que comunidades inteiras, com os seus recursos de subsistência, se deslocaram para construir o monumento, revelando um nível de organização social e planeamento muito mais complexo do que se pensava anteriormente para as sociedades neolíticas.