Fabricados com materiais acessíveis e impressão 3D, estes atuadores prometem revolucionar áreas como a robótica bioinspirada e as próteses.
A inovação destes músculos artificiais, criados integralmente na FCTUC, reside no seu mecanismo de atuação e nos materiais utilizados.
O movimento mecânico é gerado pela transição de fase da água, do estado líquido para o gasoso, um processo que permite atingir "performances superiores ao estado da arte, nomeadamente em termos de velocidade e precisão dos movimentos, operando a tensões relativamente baixas de 24 volts". Segundo Pedro Neto, professor e investigador do projeto, a escolha da água como fluido de trabalho foi deliberada, sendo um "fluido preferencial pela segurança que oferece, assim como pela sua baixa difusividade no material adjacente". A equipa demonstrou que a elevada energia necessária para vaporizar a água, habitualmente vista como uma desvantagem, não impede a criação de atuadores de alta performance.
A eficácia da tecnologia foi já demonstrada na integração destes músculos num robô quadrúpede e numa mão robótica biomimética.
O baixo custo de produção e a atuação complacente (capacidade de se adaptar suavemente ao contacto) abrem um vasto leque de aplicações. Pedro Neto destaca que “o potencial de aplicação é vasto e abrange diversos domínios, desde a criação de robôs bioinspirados para monitorização de ecossistemas, até ao desenvolvimento de próteses, equipamentos de reabilitação e soluções para a indústria, como ‘grippers’ (pinças) ou mãos robóticas capazes de se adaptar para agarrar e manipular uma grande variedade de objetos”.













