A descoberta sugere um novo caminho para a prevenção de doenças neurodegenerativas como a demência.

A investigação, conduzida por cientistas das universidades de Quioto e Tsukuba e publicada na Brain Research Bulletin, acompanhou 50 mulheres durante um mês. Um grupo de 28 participantes aplicou diariamente óleo de rosa na roupa, enquanto o grupo de controlo usou apenas água. Exames de ressonância magnética realizados no final do período mostraram que o grupo exposto ao aroma registou um crescimento significativo da massa cinzenta, especialmente no córtex cingulado posterior (PCC).

Esta região cerebral desempenha um papel crucial na "associação entre memória e odores, na recuperação de memórias relacionadas com cheiros e em processos de memória semântica".

Os autores do estudo afirmam que esta é "a primeira vez que se demonstra que a inalação contínua de um aroma pode alterar a estrutura cerebral".

A hipótese é que a exposição prolongada ao perfume leva o cérebro a transferir o processamento olfativo para o PCC, aumentando a sua atividade e fortalecendo a sua estrutura.

Curiosamente, o PCC é uma das áreas que mais atrofia em doentes com Alzheimer, o que reforça a relevância da descoberta.

Os cientistas sugerem que "a inalação contínua do óleo essencial de rosa pode prevenir a atrofia cerebral e reduzir o risco de demência". Embora sejam necessários mais estudos com outros aromas e populações maiores, este trabalho aponta para a possibilidade de a aromaterapia se tornar uma ferramenta prática e de baixo custo para beneficiar a saúde cerebral.