Esta descoberta, publicada na revista Immunity, abre caminho a tratamentos de imunoterapia mais eficazes e personalizados contra o cancro e outras doenças.

A equipa de cientistas identificou duas novas combinações de três fatores que permitem converter células em subtipos específicos de células dendríticas, nomeadamente do tipo 2 e plasmocitoides, que até agora eram pouco explorados em imunoterapia.

As células dendríticas funcionam como as "professoras" do sistema imunitário, sendo essenciais para o ensinar a reconhecer e a atacar as células cancerígenas. O coordenador do estudo, Carlos-Filipe Pereira, investigador da UC, explica a importância da personalização: "como diferentes tumores respondem de forma distinta a tratamentos, identificar as ‘receitas’ que originam cada subtipo de células dendríticas abre caminho a tratamentos personalizados de imunoterapia, adaptados a cada paciente e ao tipo de cancro que enfrenta". A abordagem já demonstrou efeitos benéficos em modelos animais de melanoma e cancro da mama.

Além da oncologia, onde muitos doentes não respondem às imunoterapias atuais, este avanço tem potencial para o desenvolvimento de terapias para doenças autoimunes, como a diabetes e a artrite reumatoide. O estudo representa um passo significativo para gerar em laboratório subtipos específicos de células dendríticas, aumentando a eficácia das terapias e reduzindo a probabilidade de falha terapêutica.