A descoberta representa o primeiro registo deste género na Europa continental, que até agora era conhecido apenas em África, no Médio Oriente e em algumas ilhas do sul da Europa.

O processo de identificação começou com a captura de espécimes durante um projeto de catalogação de aracnídeos nas dunas costeiras de Valência, em Espanha.

Posteriormente, foram encontrados mais exemplares em Granada e Albacete.

Após análises morfológicas e genéticas detalhadas, os cientistas confirmaram que se tratava de uma espécie desconhecida para a ciência. O nome escolhido, *Cebrennus herculis*, é uma homenagem ao herói mitológico Hércules, que, segundo a lenda, separou a Europa de África no Estreito de Gibraltar.

O nome simboliza, assim, a separação evolutiva desta linhagem ibérica dos seus parentes africanos.

A espécie, que mede mais de um centímetro de comprimento, foi encontrada em diferentes épocas do ano, o que leva os investigadores a sugerir que possa ter uma época de reprodução prolongada ou múltiplas gerações anuais, embora sejam necessários mais estudos para o confirmar. A descoberta de *Cebrennus herculis* demonstra que ecossistemas bem estudados como o Mediterrâneo ainda albergam uma biodiversidade surpreendente e por descobrir, abrindo caminho para futuras investigações na região.