A investigação, publicada na revista mBio, abre portas ao desenvolvimento de novas terapias para bloquear a colonização fúngica e reduzir infeções.
O estudo revelou que, num ambiente intestinal onde as bactérias foram eliminadas por antibióticos, o fungo *Candida albicans* utiliza um conjunto de 10 genes, conhecidos como genes ATO, para ganhar uma vantagem de sobrevivência. Estes genes permitem que o fungo se alimente de acetato, um nutriente muito abundante no intestino, capacitando-o a multiplicar-se e a colonizar o trato gastrointestinal, o que pode levar a infeções graves, especialmente em indivíduos imunodeprimidos. A investigação, realizada em ratinhos, demonstrou que, ao bloquear os genes ATO, o fungo perde a capacidade de se instalar de forma estável. Sandra Paiva, coordenadora do estudo, afirma que "ao identificarmos transportadores essenciais à sobrevivência do Candida, abrimos a porta a novas terapias que poderão impedir a colonização fúngica e reduzir o risco de infeções invasivas".
Esta descoberta poderá beneficiar não só doentes que tomam antibióticos, mas também pessoas com cancro, doenças inflamatórias ou idade avançada, oferecendo um novo alvo terapêutico numa área onde as opções de antifúngicos são limitadas.













