O mistério adensou-se quando se verificou que este padrão ocorria mesmo em populações onde a *M. structor* não existe.

A resposta surgiu ao analisar os machos presentes nas colónias de *M. ibericus*: havia machos da própria espécie e machos que, geneticamente, eram puros *M. structor*. A análise de ADN mitocondrial confirmou que todos partilhavam a mesma mãe, provando que as rainhas de *M. ibericus* são capazes de produzir machos de ambas as espécies. Este processo, nunca antes descrito, implica que a rainha consegue, de alguma forma, gerar clones de machos de uma espécie distinta para garantir a produção de obreiras. Na prática, estas rainhas “domesticaram” o genoma de outra espécie para assegurar o seu ciclo de vida. Esta descoberta tem profundas implicações, questionando a definição de espécie baseada no isolamento reprodutivo, uma vez que estas duas linhagens divergiram há mais de cinco milhões de anos.