Uma nova investigação vem desafiar o estereótipo de longa data do "homem caçador" na Idade da Pedra, revelando que as mulheres e até as crianças provavelmente participavam ativamente na caça. O estudo sugere que as suposições sobre a divisão de trabalho baseadas no género podem não ter fundamento para as sociedades pré-históricas. As conclusões, baseadas na análise de práticas funerárias, indicam que as mulheres tinham a mesma probabilidade, ou até maior, do que os homens de serem enterradas com ferramentas de pedra associadas à caça. Esta evidência arqueológica contraria a visão tradicional de que os homens eram os únicos responsáveis pela caça de grandes animais, enquanto as mulheres se dedicavam à recolha de plantas e ao cuidado das crianças. Os artigos destacam que esta descoberta desfaz estereótipos e força uma reavaliação das dinâmicas sociais das comunidades da Idade da Pedra.
A presença de artefactos de caça em túmulos femininos e infantis sugere que a participação nesta atividade era mais inclusiva do que se pensava.
As ferramentas não eram exclusivas dos homens adultos, mas sim partilhadas por diferentes membros da comunidade, independentemente do género ou da idade.
Esta nova perspetiva implica que as mulheres não só possuíam as competências necessárias para caçar, como também desempenhavam um papel ativo e reconhecido nessa tarefa vital para a sobrevivência do grupo.
A investigação aponta para uma estrutura social mais flexível e colaborativa, onde os papéis não eram rigidamente definidos pelo sexo. Ao reexaminar os vestígios arqueológicos sem os preconceitos de género modernos, os cientistas estão a construir uma imagem mais precisa e complexa da vida dos nossos antepassados.
Em resumoUma nova investigação arqueológica contesta a ideia do "homem caçador", mostrando que mulheres e crianças na Idade da Pedra também eram enterradas com ferramentas de caça. Esta descoberta sugere que a caça era uma atividade comunitária, desafiando os estereótipos de género sobre a divisão do trabalho na pré-história.