Um dos casos mais notáveis foi o de Rick Slayman, que em março de 2024 recebeu um rim de porco no Hospital Geral de Massachusetts. O órgão foi desenvolvido pela empresa de biotecnologia eGenesis, que utilizou a tecnologia CRISPR para realizar 69 edições genéticas, eliminando genes suínos que causam rejeição e inserindo genes humanos para melhorar a compatibilidade. Este avanço é a culminação de décadas de investigação para superar a barreira imunológica entre espécies. Slayman, que sofria de doença renal terminal e tinha esgotado outras opções de tratamento, sobreviveu quase dois meses após a cirurgia.

A sua morte foi atribuída a complicações cardíacas pré-existentes, mas a autópsia revelou que o rim transplantado estava a funcionar bem e não mostrava sinais de rejeição aguda, um marco considerado um sucesso científico.

Mike Curtis, diretor executivo da eGenesis, prevê que, a longo prazo, os transplantes entre espécies possam suplantar os alotransplantes (entre humanos).

Estes procedimentos abrem caminho para ensaios clínicos mais vastos e, potencialmente, para uma era em que a falta de órgãos de dadores humanos deixe de ser uma sentença de morte para milhares de pacientes.