As quimeras, parentes dos tubarões e das raias, são animais misteriosos que habitam as profundezas oceânicas.
Os machos possuem um apêndice na testa, chamado tenáculo, que se pensava estar equipado com escamas modificadas e duras.
No entanto, uma investigação publicada na revista *PNAS* por cientistas das universidades da Flórida, Washington e Chicago, demonstrou que estas estruturas são, na verdade, dentes homólogos aos dentes orais.
A equipa combinou a análise de um fóssil de quimera com 315 milhões de anos, que apresentava dentes no tenáculo “incrivelmente semelhantes” aos da boca, com análises genéticas de espécimes modernos da espécie *Hydrolagus colliei*. As análises genéticas confirmaram que os mesmos genes responsáveis pela formação dos dentes na boca estão ativos no tenáculo.
A investigadora Karly Cohen descreve o fenómeno como um “belo exemplo” de “bricolagem” evolutiva, onde um “programa pré-existente para produzir dentes” foi reaproveitado para “criar um novo dispositivo que é essencial para a reprodução”.
Esta descoberta representa o primeiro exemplo claro de uma estrutura dentada fora da mandíbula num vertebrado, desafiando conceitos fundamentais da biologia evolutiva.













