Esta iniciativa pioneira reconhece formalmente a importância essencial dos micróbios, como bactérias, fungos e vírus, para a saúde planetária e humana, integrando-os pela primeira vez nos esforços globais de conservação.

O novo grupo, inserido na Comissão de Sobrevivência das Espécies da UICN, visa investigar perturbações ecológicas e potenciais extinções de estirpes microbianas. Embora frequentemente associados a doenças, os micróbios são fundamentais para os ecossistemas, desempenhando papéis cruciais nos ciclos de nutrientes e na saúde de organismos como os recifes de coral. O microbiólogo Jack Gilbert, um dos líderes do grupo, lamenta que a vida microbiana tenha sido negligenciada nos esforços de conservação, afirmando: “Tem sido fácil ignorar os micróbios porque eles são invisíveis”.

A comissão irá juntar especialistas para desenvolver políticas de conservação que integrem a microbiologia na governança da biodiversidade. Entre as suas metas estão a criação de uma lista vermelha de microrganismos ameaçados e a exploração do uso de micróbios para reforçar outras ações de conservação, como o uso de probióticos para recuperar corais ou melhorar a resiliência de culturas agrícolas. Esta abordagem representa uma mudança de paradigma, reconhecendo que a proteção da biodiversidade deve incluir também as formas de vida mais pequenas e abundantes do planeta.