Os resultados são inequívocos: a presença destas espécies, mesmo que reduzida, provoca consequências críticas para a estabilidade das florestas.

A investigadora responsável, Raquel Juan Ovejero, explica que, "à medida que aumenta a sua cobertura, diminui de forma significativa a abundância de plantas herbáceas e a riqueza de espécies, o que se traduz numa perda clara de biodiversidade". Para além da perda de flora nativa, foram detetadas alterações na química do solo e impactos na fauna, com diferentes grupos de invertebrados a responder de forma desigual às modificações do habitat. O estudo sublinha que Portugal é o país mediterrânico com o maior número de espécies de acácias invasoras, uma situação agravada pelo abandono rural e pela fragmentação florestal. Os especialistas concluem que as intervenções precoces são mais eficazes e menos dispendiosas, embora alertem para a necessidade de um acompanhamento contínuo, dado que ambas as espécies possuem bancos de sementes persistentes e capacidade de rebrotar após perturbações.