A investigação, realizada em África, oferece novas pistas sobre a relação evolutiva dos primatas com o álcool.
Coordenado pela Universidade da Califórnia em Berkeley e publicado na *Science Advances*, o estudo analisou populações de chimpanzés no Uganda e na Costa do Marfim.
Os investigadores mediram o teor alcoólico das frutas mais consumidas e observaram o comportamento alimentar dos animais.
A conclusão foi que, em média, os chimpanzés consomem cerca de 14 gramas de etanol puro por dia. Este consumo não resulta de uma alta concentração de álcool nas frutas, que geralmente contêm menos de 0,5% de etanol, mas sim da grande quantidade de fruta muito madura que ingerem diariamente, que pode chegar a 10% do seu peso corporal. O investigador Aleksey Maro salienta que "chimpanzés machos e fêmeas consomem cerca de 14 gramas de etanol puro por dia nas suas dietas".
Ainda não é claro se os primatas procuram ativamente o álcool ou se este é apenas um efeito secundário do consumo das frutas mais ricas em açúcar. Apesar do consumo regular, os cientistas não observaram quaisquer sinais de embriaguez nos animais, o que sugere uma adaptação metabólica.
Este estudo é o primeiro a quantificar rigorosamente o etanol disponível nos habitats naturais dos chimpanzés, fornecendo uma base factual para a hipótese de que a exposição ao álcool na dieta dos primatas pode ter influenciado a evolução da capacidade humana de metabolizar o etanol.













